Yes, We Créu o Maior #ViraldoANO

segunda-feira, 5 de outubro de 2009 às 10:50
Tudo começou na terça-feira antes da reunião do COI, em uma outra reunião, no La Forneria, na Lagoa, zona sul do Rio. Um grupo de 15 Diretores de Criação de algumas das melhores agências do Rio estavam reunidos para falar de planejamento para a nova diretoria eleita do Clube de Criação do Rio de Janeiro.

A reunião era justamente para criar novas formas de atrair mais gente criativa para a entidade, não só de agências de propaganda, mas de promoção, design, online, etc. E também para falar de uma presença maior do CCRJ na cidade.

Sugeri, no meio de outras idéias, que o CCRJ fizesse um anúncio dando os parabéns ao Rio caso fosse escolhido cidade-sede das olmpíadas de 2016. Já seria um começo.

Pedi então ao Carlos Di Celio, DC da F/Nazca, ao meu lado na mesa, que fizesse a peça. Ele havia comentado que estavam criando anúncios para vários clientes da agência. “Então faz mais um” comentei.

Ele prontamente aceitou. E na quarta-feira veio da F/Nazca, com criação da trinca Carlos Di Celio, Rafael Genu e Alessandra Sadock, o anúncio “Yes We Créu”. Tadeu Vieira, presidente da entidade, me ligou empolgadíssimo. João Santos, o vice, também. Tadeu então pensou no viral, usando o Twitter. Ronaldo Conde e outros que viram o anúncio antes de sair já sacaram ali o potencial de uma idéia que podia virar mania.

E assim foi feito. Às 13:51 de sexta-feira o Rio foi escolhido. Às 14:00h começamos a mandar o anúncio para veículos especializados enquanto Tadeu e a agência i9 mandava a primeira “twittada” pelo Twitter twittando/status/4591231253 a ideia do Yes We Créu.

A coisa pegou feito rastilho de pólvora. As 16 horas a frase já estava entre as cinco mais comentadas do Twitter e as 17:00h da sexta-feira, o Yes We Créu já era o assunto mais comentado do Twitter no mundo, já aparecia em posts no país todo, em uma montagem hilária com a cara do mussum no cartaz do Obama, em notícias de sites e portais de notícia, em e-mals, perfis de orkut, tudo dominado.

A gente mesmo começou a desconfiar que talvez pudesse ter sido uma coincidência, que alguém tivese criado antes ou ao mesmo tempo que a gente. Alguns poucos espíritos de porco já comentavam em sites e blogs que o CCRJ tinha roubado a ideia do twitter, como se o twitter fosse ma entidade criadora de coisas.

Tínhamos como prova alguns e-mails que eu mesmo mandei para jornalistas da area às 14:10, com o anúncio, para comprovar que a ideia era anterior ao estouro no Twitter, mas era pouco. Precisávamos de uma prova maior.

A i9 e o Tadeu então iniciaram a pesquisa e está lá no Twitter: o primeiro tweet com este assunto saiu mesmo do perfil dele, o @Twittando.
A agência ainda está mapeando os diversos caminhos que isso tomou e como foi a forma de viralização, a partir deste tweet e iremos publicar em breve.

A gente sabe que a frase já é de domínio público e duvido que os criadores queiram mais do que a felicidade de ver algo que eles criaram, com tanta simplicidade, dominar a cidade tão rápido. Até por que não se pode querer mais do que isso quando se trabalha em comunicação. Ter uma frase, uma idéia sua na boca do povo é o motivo da vida de um publicitário.

A coisa bacana da internet, do Twitter e das outras redes sociais é justamente a rapidez e a falta de dono das coisas que se espalham por lá. Isso é o que se chama de viral.

Fico feliz de ter participado do maior viral do Brasil neste ano.

No dia seguinte, manchetes de jornal no país inteiro traziam o “Yes We Créu” e o auge: a charge do Chico na capa do O Globo de domingo: “Yes We Créu”. Vídeos no Youtube, Artigo no Wikipedia...

Bom, pra quem queria que o CCRJ mostrasse a força do Rio de Janeiro e a criatividade dos seus profissionais, acho que começamos muito bem, concorda?

Gustavo Bastos
Diretor de Criação da 11|21
@GustavoBastos